sábado, agosto 25, 2007

Coisas da vida: O sofrimento no mundo

Como nós conseguimos viver bem sabendo que tem milhares de pessoas morrendo de fome? Que tem uma mulher sendo espancada, que tem algum refém com uma metralhadora apontada pra sua cabeça, que a dona Maria está morrendo de ataque cardíaco na porta do hospital público enquanto o médico a ignora pedindo aumento salarial.
Povos inteiros estão sendo massacrados neste exato momento. Guerras civis, conflitos religiosos, conflitos políticos, fome, morte, vidas. Vidas perdidas. Vidas esquecidas no mundo das oportunidades, no mundo da tecnologia.

Quais são as perspectivas de um sujeito da roça? Não tem ninguém pra dizer pra ele que é possível virar o jogo?
Não tem ninguém pra dar um pedaço de pão pra criança que só tem os tapurus de um corpo em decomposição como café da manhã, almoço e jantar? Tudo bem se aquelas facções querem ficar se matando, mas não tem ninguém poderoso pra tirar as famílias que foram automaticamente condenadas à morte simplesmente por estarem lá?

Como nós conseguimos nos cegar pra essa realidade? Pra que servem a merda desses governantes?
A ONU está deixando de socorrer um povo africano que está sendo massacrado simplesmente porque a China, um dos países que a compõe, teria um prejuízo na importação do petróleo que é produzido lá.

Não sei vocês, mas eu me sinto cúmplice de um genocídio por saber e não fazer nada pra reverter essa realidade.

Coisas muito ruins acontecem com milhares de pessoas no mundo. Coisas tão terríveis, que a nossa imaginação não seria capaz de alcançar, estão acontecendo agora com povos inteiros do oriente, com uma cidade do Brasil e com a garotinha que mora na casa ao lado.

Mas a pior parte é saber que por mais chocados que nós possamos ficar ao ter um mínimo contato com esse “mundo mau”, é que daqui a menos de 15 minutos nós já teremos apagado isso da nossa mente e estaremos fazendo algo mais agradável, como ler uma piada na Internet. Eu mesma estarei falando bobagens com meu namorado ou me sentindo mal por não ter um PS2.

E nada vai ser feito porque simplesmente... ninguém vai fazer nada!
Porque todos nós já temos problemas demais. Porque estamos muito longe.

Porque nós somos todos seres humanos e preferimos nos cegar.

terça-feira, agosto 21, 2007

Duas vozes

Um minuto na minha mente

Uma experiência ruim, a obrigação de ser boa, a vida cinza.
Tanto tempo sozinha está me deixando seca.
Eu ando tão séria que não consigo nem rir de uma piada. Penso logo no imbecil que perdeu tempo elaborando um diálogo de um português com uma loira.
Só preocupação. Posturas a serem tomadas, como eu devo agir... isso está me deixando doida!
Não consigo pensar em nada normal, aliás, como é mesmo um pensamento normal?
Há quanto tempo eu não dou uma cambalhota?
Quero meu arsenal de comentários engraçados novamente!
Como trazer de volta aquela graça colorida?
Voltando a me relacionar?
E tudo aquilo que eu pensei sobre conhecidos e ser esquecida?
Claro, não vou ser hipócrita, apenas vou tirar deles o que eles podem me dar de bom. Você não seria você se não fossem os outros. Os outros fazem você.

Ver sempre só o lado ruim nunca vai trazer coisas boas... no máximo me tornarei uma velha resmungona. Aproveite a vantagem de ver o lado ruim, mas não esqueça dos lados bons. Analise.

Sorria e seja feliz. Mas a felicidade não existe! Quem disse isso?
Bom, na dúvida, procure estar sempre de bom humor.

Estude. Estude. Estude.
Mas não pense muito nisso. Estude naturalmente.
Nem peguei no caderno hoje! Tenho que ser mais aplicada!
Estudar, Estudar, Estudar. E naturalmente!
Hoje é sábado, pare de pensar nisso!

E pare de se preocupar com pós-doutorado no Canadá!
A maioria das pessoas que fizeram pós-doutorado em outro país nem sonhava com isso aos 15 anos de idade.
Mas não é por isso que eu não deveria me preocupar... para, para, para.
Quem diz o que tem que ser feito aqui sou eu!

Ando tão cinza que meus comentários não agradam nem meu irmão mais novo. Tenho que sorrir, ser agradável e esperta. Preciso ser uma vencedora. Tenho que cativar multidões!
Eu disse pra não ser cinza, mas também não precisa ser o Lair Ribeiro.
Só se preocupe em não ser chata demais. Aliás, não se preocupe, apenas não seja chata demais.

sábado, agosto 18, 2007

Sonhos de alguém que não sabe exatamente o que fazer pra garantir um bom futuro.

Eu queria que 2 multimilionários me encontrassem aqui em Manaus e resolvessem me adotar para mudar minha vida.

Um ficaria responsável pelos meus estudos, abrindo as portas pra eu entrar na melhor faculdade do mundo, deixando tudo garantido até o meu pós-doutorado e ainda me fornecendo TUDO em literatura.
O outro ficaria responsável pelo meu conforto, me dando coisas como carros, note book’s, Ipod’s e tudo em tecnologia que fosse necessário (ou nem tão necessário assim), além de uma boa “mesada” e viagem de férias todo ano.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Vida de estudante

A vida de estudante pode ser temida por alguns, rejeitada por muitos e odiada pela maioria, mas é certamente, idolatrada por mim. É emocionante saber que cada minuto de estudo me trará um retorno gratificante. Como em uma poupança financeira, em que temos que depositar todo o mês pra só no futuro colhermos nosso conforto material. Eu deposito minha parcela com um lindo sorriso no rosto como se já estivesse vendo meu pós-doutorado no Canadá e a procuradoria da república cada vez mais próximos de mim.

Como tudo neste mundo, a minha vida de estudante também tem suas partes desconfortáveis, como ter que acordar cedo e enfrentar um ônibus lotado levando cotoveladas e pisões no pé para chegar até a escola, mas o que é angustiante mesmo, é chegar lá e encontrar a sala de aula sem professor, ou até pior, com professor, mas sem aula.

Diante dessa realidade, eu me sinto sobrecarregada, como se tivesse um grande peso amarrado à minha perna e eu tivesse que correr em dobro para chegar onde meus adversários já são levados com motorzinhos nos tênis.


O mundo é uma guerra onde só os melhores vencem, e é na escola que deveríamos montar a estratégia de batalha e nos munir. Deveríamos. Hoje , a deficiência no ensino, dessa escola, só está gerando derrotados. Enquanto estamos sem aula, enquanto tiram os jovens da sala de aula para ensaiar dancinhas, nossos adversários estão estudando e se graduando aptos para ganhar uma guerra. A maioria desses inimigos pode nem ter noção do que estão ganhando. Eles simplesmente estão na escola e sendo educados. Da mesma forma, quem estuda aqui, na aparecida, não faz idéia do que está deixando de conquistar, e até gosta de ganhar pontos pra fazer faxina ou trazer um bolo, disso todos nós sabemos, mas o que nós não podemos aceitar, é o descaso da escola com o nosso futuro, e até mesmo o oportunismo, pagando serviços gerais com ponto “que é o que todo aluno quer”.

Enquanto aqui, quinta-feira, não tive aula nenhuma nos três primeiros tempos e fui liberada depois disso, meus concorrentes estão garantindo mais algumas questões no PSC. E de tarde, quando eu for pro cursinho, enquanto meus adversários estão revisando o assunto só pra gabaritar a prova, eu terei que me triplicar pra conseguir pegar algum assunto se eu quiser ter algum sucesso.

Antes de entrar no ensino médio, eu decidi que o faria todo em uma única escola, e por isso, me sinto presa, mas espero ardentemente, que os professores, pedagogos e diretores dessa escola, sejam mais responsáveis. Está nas mãos deles melhorar essa escola e gerar vencedores.

Mas não posso esperar por isso, é o meu futuro que está em jogo.
Eu tenho que suprir a deficiência gerada pelo mau ensino da escola e conseguir alcançar meus objetivos de alguma forma. Estudando em dobro.

Para isso, independente da irresponsabilidade dessa instituição, das 07:00hs às 11:00hs dedico meu tempo à Escola Estadual Nossa Senhora Aparecida. E das 14:00hs até às 17:15 estudo no curso pré-universitário Objetivo.

È bom demais sair do cursinho com a sensação do saber, que eu não tenho na escola, ainda mais, sabendo que esse mesmo saber será diretamente útil para subida de mais um degrau, a primeira fase do PSC.

domingo, agosto 05, 2007

Um sentido

Eu acredito em Jesus, na salvação. Sei que depois que morrer vou morar no céu com Ele. É maravilhoso saber que um dia vou encontrar um mundo perfeito.. inimaginável.
Mas enquanto isso? Como agüentar esse mundo em que nós somos peixe fora d’água? Como suportar essa selvageria? Trambiques, assassinatos. Furtos, guerras, o caos na natureza e os nossos governantes cada vez mais descaradamente corruptos?

Eu decidi estudar pra ter um bom emprego e muito dinheiro. Não pra ficar rica simplesmente, porque aí eu me tornaria igual a qualquer pessoa no mundo, mas para não ter que depender do governo. Claro que quem crê em Deus não precisa de dinheiro para não depender do governo, mas se eu posso (em Deus) porque não?

Vou canalizar minha vida pra mim e pra minha família. Quero poder matricular meus filhos em boas escolas, fazer uma viagem relâmpago com a família na época de eleição. Nunca ter que precisar ir a um hospital público, ter meu carro confortável com ar-condicionado e mp3, para nunca mais ter que enfrentar um ônibus lotado num calor terrível. Sem frescuras, é claro, mas se eu posso mudar minha situação, se nós podemos, porque não lutar e passar por cima dessas coisas?


A violência vai continuar, os políticos vão continuar roubando, mas eu estarei por cima disso, levando minha vida, ajudando as pessoas como puder, tendo que pagar impostos, é verdade, enfrentando o perigo das ruas, mas guardada por Deus e depositando minha alegria nEle, sei que estarei segura. E feliz.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Glamour e canelas

Ontem parei pra ver um desfile de moda. Não tem coisa pior pra uma mulher do que assistir a um desfile.. e não é por despeito não! Quando pensamos em modelo, imaginamos logo as mulheres mais bonitas, as MODELOS de beleza, mas não é isso que acontece nas passarelas. “Eu sou muito mais bonita que essa garota” foi uma frase que eu não parei de repetir.
Mas tudo bem.. deixei de pensar nas magricelas e comecei a admirar o evento em si.

Se tem uma coisa que chama minha atenção, que me faz vibrar de emoção e entusiasmo, é o glamour das passarelas. Todo aquele clima, a competição, a graça que transborda dos camarins por trás das passarelas; o fato de morar em Milão, Paris; saber que aquelas meninas são conhecidas por gente do mundo todo, têm os melhores contatos, falam vários idiomas.. ah! é fantástico. Além de um pequeno detalhe: um salário milionário.

Depois que tudo isso passou pela minha cabeça, eu fiquei me perguntando... não está na hora de eu revelar minha beleza? Sim, porque eu sou muito mais bonita que muitas dessas modelos que tem por aí... Mas como o mundo vai saber disso? Porque eu não me agencio?? Sim! Grande idéia! Viajarei pelo mundo! Ficarei milionária!!

Durante 10 segundos foi realmente uma ótima idéia.

Mas logo me veio à mente a chamada de um programa da MTV: “...MAIS INJUSTA QUE A LUTA DE CLASSES...”.
Injustiça. Meu rosto lindo não teria lugar perto daquelas canelas.

Mais uma vez as magricelas me atormentando.
Pra ser modelo hoje em dia, não ter que ser bonita. Basta ter nascido com duas peculiaridades genéticas: Altura(que não é o meu caso) e magreza(que também não é o meu caso).
A garota pode ser feia quanto for, mas se tiver em sua composição corporal 90% de ossos sendo 40% canela, não vai parar de ouvir propostas de agências de modelo.


Girafas, magricelas, sem-graça, destruidoras de planos!



Tudo bem, voltarei ao plano “a”.
Sempre achei que minha beleza caia muito bem na procuradoria.
Aquela será minha passarela. Não há nada que um salto alto não resolva.
Mas que nenhuma modelo magrela apareça em meu caminho, ou se não...