quarta-feira, outubro 31, 2007

sábado, outubro 27, 2007

Taís

É uma garota com um grande potencial, muito inteligente, mas se faz de burra tentando ser extraordinária.


Isso porque esquece de ser natural.
Esquece de buscar a simplicidade.
Esquece de aproveitar quem é e vive a procura de algo que nunca será.


Taís sofre, pois sabe que nunca deixará de ser aquele projeto inacabado.


Ela tem a capacidade, ela tem força, mas se perde em sua angustia todas as madrugadas. E pela manhã, na sua estupidez.


Um dia Taís vai cair bem feio e só aí vai ouvir Nietzsche dizer: Torna-te aquilo que és!

Quadro de avisos parte II

É com muita emoção que digo que este blog foi premiado novamente, mas desta vez com um certificado pela Carol.


É bom demais receber prêmios, ainda mais, de pessoas que eu admiro tanto.

Dedico esses prêmios ao grande Worklover, por quem eu tenho um carinho inexplicável. Ele foi um grande incentivador desde quando eu ressuscitei este blog.
A pequena Willworklover estará aqui aguardando sua volta.


Muito obrigada também, a todos que vem aqui e dedicam seus “cinco minutinhos” a ler estes pensamentos, comentando e motivando a exposição de novas idéias.


Beijos a todos.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Quadro de avisos

Não gosto muito de desviar os posts do blog para avisos, mas esse momento merece uma exceção à regra.


Novo Layout


Como todos já puderam perceber, o blog está de cara nova.


Pensei seriamente em também mudar o nome desta página, mas pensar me fez pensar que “Pensamentos de uma garota normal” é ideal.
Então, promovi o subtítulo à posição de tí
tulo e cortei o impronunciável “oO? oO!”.


O desenho que marca o “Pensamentos de uma garota normal” é de autoria do grande mestre da pintura Mark Ryden.
Ele ainda é vivo, provavelmente usa a internet e eu não paguei direitos autorais, portanto, não espalhem.


Aproveitem a interatividade respondendo à enquête (ao lado ->).
A cada semana será feita uma pergunta nova, e os resultados da pesquisa anterior serão exibidos mais abaixo da barra lateral.
Respondam
as perguntas e mostrem que vocês também pensam.


Prêmio


Este blog foi premiado pela Amanda com o selo:


Obrigadíssimo, Amanda!


Tendo que passar o selo a outros blogs, eu escolho:


Beijos a todos

quarta-feira, outubro 24, 2007

Confissões indiretas de uma garota em crise

Quando a paixão vem, ela fica mais boba que a mais popular e patricinha das adolescentes de filme americano.

A garota, que outrora tinha seu sono tomado por questões do tipo “cadê a ONU enquanto esse povo sofre um genocídio, meu Deus?!”, não consegue se perguntar nada além de “o que vou dizer quando encontrar com ele?!!”.

Às três horas da manhã se revira na cama, inquieta, pensando “conto ou não conto?!”, “é melhor preparar o terreno pra não assustar o cara, ou seria melhor ir direto ao ponto?”, “não vou conseguir controlar minhas bochechas vermelhas”, “Ele é tão virtuoso!”.

Nem tudo na paixão é lindo, tudo é ridículo, mas não adianta, por mais que tente manter a compostura, quando pensa que não, já está escorada em algum canto com um sorrisão bobo na cara.

Ah... pelo visto a noite vai ser longa.
Melhor ir preparando o brigadeiro e aquele filminho...

terça-feira, outubro 23, 2007

Liberdade

Seu maior defeito era dar ouvidos a voz do seu coração, que ansiava loucamente pela liberdade que só a paciência e a sabedoria poderiam alcançar.

domingo, outubro 21, 2007

Amanda

Percorre a estrada do medo
Atravessa o pântano da solidão
Mas se perde no labirinto da angustia

quarta-feira, outubro 17, 2007

Clara

Clara chora desesperadamente todas as noites.
Ela acha que é saudade, mas é só o futuro insistindo em persegui-la sob a forma de nostalgia.

Clara está condenada a morrer de saudade.
Saudade do que ainda nem viveu.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Medo

Medo das coisas saírem do planejado.
Do planejado não ser o melhor.
De errar o caminho.
De pegar a porta fechada.

Medo de não ser nada daquilo que sonhou ser.
Das oportunidades que tanto espera, não chegarem nunca.
De deixar as oportunidades passarem.

Medo de não alcançar.
De não chegar tão alto.
De não mergulhar tão fundo.

Medo de cair.
De não ter.
De não conquistar.

Medo de não ser capaz.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Saudade e dor

Saudade que domina a mente.
Destrói os fetos de um novo pensamento.
Que nos mergulha numa dor infinda.
Tira as forças e nos esquece afundados ali.
Coma absoluto.
Dor física.
Que parece entrar como faca no coração.
Que embrulha o estômago.
As mãos ficam dormentes.
Os pés parecem não agüentar o peso do corpo.

Saudade que mais parece dor pela morte.
Dor por alguém que não vai voltar.

segunda-feira, outubro 08, 2007

O Último Cigarro

Se levantou da cama e ficou andando de um lado pro outro no quarto sem saber exatamente o que fazer.
Acendeu um cigarro, sentou na janela e ficou olhando a cidade. Cinza. Fria.
A cada tragada, observava de longe o quanto as pessoas eram tristes e vazias.
Talvez esse fosse seu último cigarro.

Colocou uma gravata e ficou se olhando no espelho.
Estava pronta pra ver aquela garota do reflexo ser estrangulada.

Passou muito tempo ali. Inerte.
Até que deu uma risada e sussurrou: covarde”.
Afrouxou a gravata, pegou sua mochila e foi embora.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Camila parte II

Camila se levantou da cama, e como em todos os outros dias, foi se preparando de forma mecânica para ir à escola. Ela ainda estava dormindo, geralmente só acordava (parcialmente) depois que já tinha voltado pra casa, mas naquele dia isso aconteceria mais cedo e de forma bem diferente.

Sua mãe a deixou no portão da escola, uma das melhores de São Paulo, e assim que o carro partiu, Camila abriu os olhos de maneira dessemelhante.

As cores, formas e sons ficaram mais nítidos. Tudo estava mais claro. O mundo havia se revelado.

Me permitam esclarecer uma coisa, Camila não era uma garota rebelde, pelo contrário, ela desconhecia esse conceito. Algo no ser dela estava apagado, mas agora, ela se abriu à percepção.

Fez uma cara estranha, mas não pode fingir que nada havia acontecido.

Continuou andando e, de repente, percebeu que o garoto ao seu lado deixou um perfume bom demais no ar, achou massa o esmalte roxo daquela menina, bizarra a barba do professor e nojento um cara comendo um pastel tão oleoso àquela hora da manhã.

As percepções eram tantas, que deixaram seus sentidos meio confusos.

Ela tinha acordado para o mundo das opiniões.

Foi pra sala de aula assustada, percebendo que apesar de ter certeza que não pensava nada e que nunca tinha percebido todas essas coisas, elas já estavam lá, bem na sua mente. Sem perceber, já tinha opinião formada sobre milhões de coisas e a cada segundo percebia algo novo, sentia o mundo, sentia o gostar e o não gostar. E que isso já havia antes mesmo dela abrir os olhos.

A garota-espectro podia sentir.

O primeiro tempo era de geografia e ela já sabia que não gostava dessa matéria, nem do professor.
Suas matérias preferidas eram matemática, física e principalmente biologia. Era fascinante ouvir sobre o funcionamento do seu corpo e como a criação é perfeita.
De repente o professor de geografia comenta alguma coisa sobre vestibular. - Caramba! Tenho vestibular esse ano! Agora, ela pensa em fazer vestibular pra Ciências Biológicas.

No Intervalo pôde observar melhor seus colegas.

Observava a todos descobrindo que já tinha definido os simpáticos, inteligentes, bonitos, chatos, feios, cheirosos, estilosos, e que também já tinha opinião formada sobre todos os grupinhos.

E ela achando que se pensasse sobre isso diria que rótulos são uma merda.

O grupinho que ela acha mais interessante é o dos nerds. Ignorados por todos da escola, usam óculos estranhos, ou normais, mas em rostos estranhos.
Estava tendo a final de xadrez e ela ria do brilho nos olhos daqueles nerds a cada jogada. Mas o que chamou mais a sua atenção foi o Game Boy de um garoto sentado sozinho mais adiante.

Tem muito nojo daquelas rebeldezinhas de cabelo verde e lápis preto nos olhos. Odeia as ver seguindo a Nataxa, uma garota ridícula do segundo ano.
Se questiona sobre como conseguem encher completamente suas mentes com coisas como o novo tom de azul da Jeans Color ou como é gatinho o vocalista do Nx Zero.
Qual será o tamanho do cérebro dessas garotas?

Olha as patricinhas, que se estranham com as garotas de lápis no olho, e pensa como elas se entenderiam bem se parassem um pouco pra conversar sobre maquiagem e o traseiro do Felipe Dylon.

Ela ria pensando que pensava tanta coisa, mesmo que inútil, pensando que não pensava nada. E ria da frase que se formou também.

Ela gosta daquelas meninas inocentes. Não as com cara de santinha, mas aquelas que têm “alma pura”.
Camila sabe reconhecer essas de longe.
Elas também se preocupam com os tons de tinta da Jeans Color, mas é tão natural que chega a ser admirável. Nem todas são muito tímidas, mas todas são estudiosas e inteligentes. Vivem de maneira fantástica, preocupadas com o presente e tendo nos seus planos pro futuro apenas o que alguém responsável teria.
Elas são as que, provavelmente, terão os melhores empregos, um marido atencioso e filhos bem-educados.

Camila tem inveja de como elas vivem tão calminhas nesse mundo cão.

Talvez seja o egoísmo que as faz tão puras.

Uma em especial chamou sua atenção. Sofia do segundo ano. Percebeu também a forma timidamente amável como ela olhava um garoto. Ele estuda na sala da Camila e além de bonito, popular e muito simpático, é inteligente. Apaixonante, mas ela percebeu também que gosta mais da Sofia que do Gustavo.

Camila ficou perplexa com todas as opiniões que tinha sem saber, e mais ainda, por saber que elas estão em constante movimento, podendo sofrer mutação a qualquer instante, basta observar e deixar ser absorvido pela mente.

Se isso é tão magnífico nas coisas rotineiras, imagina então se formos pensar no que guarda as entrelinhas do dia-a-dia. Gostos, opiniões, teorias a respeito de qualquer coisa. Viagem. E uma viagem sem volta.

Ela se abriu à percepção, e não pôde parar, e nem queria, só desejava ir mais fundo. Cada vez mais.

Depois que saiu da escola, passou numa loja, comprou um PSP, e voltou pra casa jogando Need For Speed, seu jogo preferido.

A partir desse dia Camila nunca mais parou de pensar sobre a vida, a existência, e os fatores que as compõem.